O cigarro é uma droga legalizada, que mata. O álcool é outra droga legalizada que mata. O fato de terem sido legalizados, diminuiu o tráfico ilícito, mas não acabou e nem nunca vai acabar com ele, basta lembrar o que se faz com o cigarro na fronteira do Paraguai com o Brasil junto à denominada Ponte da Amizade.
O homem convive com as drogas desde os primórdios dos tempos, como a história nos demonstra ao pesquisarmos, bem como os historiadores e estudiosos sabem muito bem o que causou a Lei Seca nos EUA nos idos de 1920.
Fuma quem quer, faz uso de bebida alcoólica quem quer, afinal temos o livre-árbitrio. Não fumo cigarro, mas uso tabaco (que é uma droga legalizada) fumando cachimbo, às vezes diariamente, outras ocasionalmente. Faço uso de bebida alcoólica raramente, na melhor das hipóteses socialmente.
O fato de ter sido legalizada essas drogas não me faz consumir tabaco sem controle.
Muitos usam indiscriminadamente barbitúrios (calmantes e relaxantes) que igualmente são drogas, assim como fazem uso indiscriminado de tabaco e bebidas alcoólicas, alguns frequentando AA, Casas de Recuperação de Drogados para tentar se livrar do vício.
As drogas lícitas e ilícitas podem ocasionar autolesão, até mesmo podem ocasionar danos emocionais às famílias dos que passam a ser viciados, mas isso desde, repito, os primórdios dos tempos e nada mudou essa realidade e nem vai mudar, podendo-se, no máximo, amenizar esse problema social por meio do incremento de programas de políticas públicas que devem ser realizados pelos entes públicos.
Parece que o homem necessita, na sua essência, de eventualmente se alienar ou desligar-se de alguma forma e talvez por alguns momentos, assim o fazendo realizando atividades saudáveis ou não, sejam elas esportivas, religiosas, drogando-se, etc., o que reclama um estudo sério e aprofundado para melhor compreensão desse fato histórico.
As drogas ilícitas, apenas carregam essa etiqueta e estigmatizam seus usuários, além do tráfico ilícito fomentar inúmeros crimes e o enriquecimento ilícito dos que controlam esse comércio ilícito que está dissiminado em todos os níveis sociais. Particularmente, sou contrário ao tráfico ilegal de qualquer espécie.
O que há de fato é o total descontrole do uso e comércio de drogas ilícitas, já que as lícitas apesar de, em tese, serem controladas, não impedem o seu uso e comércio ilícito, nem mesmo eventual dano à saúde pessoal.
O que precisamos é de ter algum controle onde só há descontrole e, em consequência, fomento à criminalidade.
Os estudos e pesquisas demonstram que há famílias que são co-dependentes e que precisam de mais ajuda que o próprio viciado em drogas lícitas ou ilicítas, como a OMS reconhece e constatamos há poucos anos num Curso de Extensão Universitária em I.C.D.Ativ Judiciária.c/ Dependentes de Drogas feito na USP em convênio com o CNJ.
A ONU há anos declarou publicamente como perdida a guerra mundial contra as drogas declarada em 1970 pelos EUA quando da guerra fria, por motivos que este espaço limitado não permite tratar.
Então, tá mais do que na hora de enfrentar essa questão com seriedade e responsabilidade, porque o que não dá é para continuar esse descontrole mundial.
Não é liberação que se está tratando, mas sim o controle por meio da legalização, que, inclusive, renderá tributos aos entes públicos, já que em 2015 se noticiava que o narcotráfico rende cerca de 1,5% do PIB mundial ao mercado negro da droga.
Alguns países (Bélgica, Portugal, Uruguai, Dinamarca, vários
Estados nos EUA, etc.) já acordaram para a necessidade de se ter algum controle e, com isso, estão colhendo frutos benéficos que o descontrole não permite, amenizando as conseguências dos males de todo tipo de droga em sociedade, bem como desmistificando certos preconceitos.
O problema das drogas reclama controle social e legal, o que não ocorrerá enquanto houver as denominadas ilícitas.
Temos que evoluir para que alguns tabus sejam derrubados de forma a permitir a evolução de uma sociedade mais sadia e menos doentia, mesmo que isso nos custe a ter que aprender a conviver com a doença para tentar curá-la ou amenizar suas consequências sociais.
Esperamos que logo essa questão seja decidida pelo Supremo Tribunal Federal.
*O Editor
Nenhum comentário:
Postar um comentário